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Visualização de ondas de pandemia: os gráficos "acordeon"

Esta é uma experiência simples de visualização de dados. Há formas melhores e piores de mostrar dados, consoante o objectivo, cada método tem as suas vantagens e desvantagens. Esta forma poderá ser útil quando se quiser ver com maior detalhe as fases em que a pandemia causa mais mortes em relação à população do país: nessa altura o gráfico expande horizontalmente, permitindo ver melhor a variação diária. Não será um bom método para ver o início de uma onda ou fases de relativa acalmia: nessas alturas o gráfico encolhe e a linha quase não avança.
Dicas para interpretar o gráfico que se segue: quanto mais próximo o final da curva estiver no canto inferior esquerdo, melhor. É o caso da China, que também está representada no gráfico abaixo, embora mal se veja. Quanto mais à direita o final da curva estiver, pior. Quanto mais alto estiver, pior (a altura diz quanto a linha vermelha avança para a direita no dia seguinte). Dois pontos brancos seguidos correspondem a uma semana.
 


Um gráfico parecido, mas com algumas diferenças, é o que está a seguir. Enquanto que o gráfico de cima tem no eixo vertical o números de óbitos por dia em percentagem da população, o de baixo tem o número de casos por dia, também em percentagem da população:


Essa diferença faz com que na curva de Portugal apareça aquele padrão aproximadamente periódico, semanal, onde se vê nas bolinhas brancas a diminuição de casos típica das 2ªs feiras, o chamado "efeito fim-de-semana". Esse padrão não se vê no gráfico de cima devido à forma como a contabilidade dos óbitos é feita em Portugal: noutros países esse padrão surge também no gráfico de cima. Neste gráfico, uma maior altura da curva prenuncia um maior avanço horizontal da curva uma semana ou duas depois.
    Em ambos os casos, as ondas de epidemia são bem visíveis, permitindo comparar a respecitiva gravidade. Note-se no entanto que no segundo gráfico a altura da curva é também influenciada pela capacidade de testagem, que tem vindo a aumentar.

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